domingo, 31 de maio de 2020

oitavo andar

Da varanda enxergo o mundo.
Miro para baixo e
vejo a chuva castigar
as ruas que se enchem,
e os postes que parecem apagar.

É noite, mas posso ver
o mundo desde o oitavo andar.
E, já numa altura dessas,
Esqueço de para cima enxergar.

O céu está nublado,
mas vai abrir.
O céu comporta a noite,
mas o sol não deixa de existir.

Como não olho para ele,
seguirei espiando da varanda
os mesmos postes, as mesmas ruas,
o mesmo mundo,
enquanto espero a chuva voltar.

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