sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Fila de supermercado

Uma das coisas mais intrigantes deste mundo é a fila do supermercado. Primeiro porque, como o resto do planeta, é regida pela lei de Murphy. Se o sujeito está com pressa, sua fila será sempre a mais lenta – não importa se a sua frente exista apenas uma velhinha comprando um queijo e escovas de dente pague-duas-leve-três enquanto ao lado estejam três carrinhos entupidos de compras. Aliás, estatisticamente falando, o mais provável a acontecer nessa situação, com 23,43% de ocorrência, seria o cartão de crédito da (velha miserável que vai te atrasar)* simpática senhora estar magnetizado e ela se recusar a pagar à vista, mesmo que tenha dinheiro no bolso. Afinal, quem em sã consciência não parcelaria os 10 reais da compra em um mais cinco vezes - sem juros?

Outro ponto a ser lembrado é o dos guardadores de lugar. Isso pode até virar profissão. Pode-se até imaginar, em um futuro próximo, a criação de sindicatos para o novo ramo do mercado de trabalho. Siglas imensas, como SAGGLFSHM (Sindicato da Associação Geral dos Guardadores de Lugares em Fila de Super e Hiper Mercados) fariam parte do nosso cotidiano, com faixas de protesto nos estabelecimentos conveniados. Reivindicariam a permissão para a leitura das revistas que ficam no caixa e o bônus puxa-conversa, que premiaria com um aumento de 20% no salário – descontados os impostos – para aqueles que, além de simplesmente guardar a vez, puxassem algum assunto com quem está atrás. Nada mais justo para alguém que teve sua vaga ocupada injustamente do que um papo legal sobre o tempo ou sobre a demora que está a fila (concluindo que a direção do super-mercado deve contratar mais pessoal urgentemente). Tais reivindicações, como 98,21% das reivindicações feitas até hoje, não seriam atendidas. Por fim, os sindicatos perderiam sua força e os melhores da profissão fariam serviços particulares por agendamento. E como este se procederia?

Logicamente, mais fila.




*O "velha miserável que vai te atrasar" deveria estar riscado, o que o blogspot não permite.

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